sexta-feira, 15 de maio de 2009

Desde a época de Barreiras que os festejos juninos são animados com quadrilhas juninas. Na época, improvisadas, sem adereços, e o marcador era escolhido no momento da brincadeira. Como Barreiras era um povoado repleto de sítios e granjas, a dança era realizada no pátio dos casarões com a participação dos vizinhos, independente de idade e sexo, pois muitas vezes era formada só por mulheres, quando algumas faziam o papel do homem.

A partir de 1960, após a emancipação política de Bayeux, vieram as grandes quadrilhas juninas, tendo marcadores de destaque no cenário paraibano, quando Bayeux conseguiu arrecadar vários prêmios nos diversos festivais de quadrilhas juninas realizados no Estado da Paraíba e no Nordeste do Brasil.

Podemos dividir a história das quadrilhas juninas de Bayeux em dois períodos distintos. O período anterior e o período posterior à fundação da Associação das Quadrilhas Juninas do Município de Bayeux, em 26 de Abril de 1990, pelo papel importantíssimo na organização e perpetuação do nosso folclore.

O sonho começou no ano de 1987, através da luta incansável pela independência, numa entrega total pela cultura, encontrada em cidadãos como: Sebastião Claudino Dionízio (Coroné Pacatuba), Francisco Alves (Coroné Chico Tripa), Izaqueu Silva de Lima (Coroné Isac), Astero Santos, Maria das Neves Fortunato de Souza, Maria da Guia de Souza Morais, Maria da Conceição Gomes da Silva, Antonio Gomes da Silva, Edmilson Pereira de Oliveira (Coroné Sasá Mutema) e Severino Tomé de Oliveira (Coroné Ciriaco). Tivemos também o apoio fundamental de Cardivando de Oliveira, Presidente da Associação das Quadrilhas Juninas da Grande João Pessoa. Porém, é impossível esquecer o apoio irrestrito de Tenente da Padaria, independente da época e do folguedo.

Na galeria dos presidentes podemos enumerar Sebastião Claudino Dionízio (1990 e 1991), Diógenes Costa do Nascimento (1992 e 1993), José Severino da Silva (1994 e 1995), Izaqueu Silva de Lima (1996 a 1999 e 2000 a 2003) e Flaviano Ricardo Maciel Coutinho (2004 a 2007 e 2008 a 2011). A grande conquista da Associação das Quadrilhas Juninas do Município de Bayeux foi a sede própria, situada na Rua Teodoro da Silva, no bairro de Tambay, construída pela Prefeitura Municipal de Bayeux em 1997 e restaurada e ampliada em 2001.

O período anterior que vai de 1960 a 1990, apresenta como principal característica a originalidade nos seus rústicos trajes caipira e antigos comandos, era animada pelo som da sanfona e de instrumentos de percussão, como o zabumba e o triângulo.

Esse período teve como destaque a Quadrilha Junina Nova, marcada pelo Coroné Chico Tripa, que conseguiu nove títulos de campeã nos concursos de quadrilhas juninas de Bayeux, duas vezes campeã da Paraíba e uma vez campeã do Nordeste, numa solenidade transmitida pela TV Universitária de Recife, em 1972.

Francisco Alves começou marcando sua primeira quadrilha junina no ano de 1959, Quadrilha Junina Zé Bedeu, com o nome de Coroné Fredegoso do O. Após três anos, foi marcar a Quadrilha Junina Zé do Bode com o nome de Coroné Zé do Bode. No ano de 1968 foi marcar a Quadrilha Junina Última Hora, com o nome de Coroné Chico, quando recebeu o adjetivo de Chico Tripa, carinhosamente chamado pelo radialista Cardivando de Oliveira, e foi aí que nasceu a grande vitoriosa Quadrilha Junina Nova, do Coroné Chico Tripa.

A partir daí foram surgindo quadrilhas juninas nos diversos bairros com apresentações em palhoças improvisadas e enfeitadas com bandeirinhas coloridas, fazendo de Bayeux um grande arraial junino. Dentre a imensa quantidade podemos citar as que foram inscritas na ocasião da fundação da Associação das Quadrilhas Juninas do Município de Bayeux, que foram Quadrilha Junina Vista Alegre (Coroné Pacatuba); Quadrilha Junina Umbuzeiro (Coroné Ciriaco); Quadrilha Junina Verde Esperança (Coroné Jagunço); Quadrilha Junina Santa Rosa (Coroné Garganta de Aço); Quadrilha Junina Arraial do Nacional (Coroné Isac); Quadrilha Junina Estrelinha da Noite (Coroné Sucata); Quadrilha Junina Rosa Branca (Coroné Pintado); Quadrilha Junina Tangará (Coroné Sasá Mutema); Quadrilha Junina Boa Vontade (Coroné Azulão) e Quadrilha Junina Nova (Coroné Chico Tripa). Mas quando se fala de quadrilha junina não se pode esquecer do Coroné Pipoca e nem da irreverência e carisma do Coroné Gonga. Maurício Alves de Souza, conhecido com Maurício Papá, também foi um dos grandes incentivadores das quadrilhas juninas, um dos pioneiros na arte de marcador.

O período posterior que vai de 1990 aos dias atuais, apresenta como principal característica os trajes opulentos com riqueza de detalhes e novos comandos, animadas ao som de músicas gravadas de acordo com o tema abordado, ou instrumentos eletrônicos de nova geração somados a sanfona e aos instrumentos de percussão, como o zabumba e o triângulo, e algumas ainda inserem em suas apresentações atos em forma de ballet ou teatro, enriquecendo o tema.

Mas, mesmo com o modernismo das novas quadrilhas juninas , alguns quesitos antigos são primordiais para uma boa colocação nos festivais, como casamento, acompanhamento musical, marcador e animação. O guarda-roupa em geral, a harmonia e os adereços, aparecem em uma versão moderna com requinte de riqueza e beleza.

Esse período apresenta como destaque a Quadrilha Junina Arraial do Nacional, que conseguiu sete títulos de campeã no Festival das Quadrilhas Juninas do Município de Bayeux, vice-campeã no Festival Festa na Roça (1997), eleita uma das dez melhores quadrilhas juninas da Grande João Pessoa pela Funjope (2001), campeã do Festival das Quadrilhas Juninas dos Municípios Litorâneos (2002), dentre outros prêmios.

Outras inúmeras quadrilhas juninas, existentes nos diversos bairros de Bayeux, conseguiram outros inúmeros prêmios, dentro e fora do município, com apresentações memoráveis, destacando a beleza das quadrilhas juninas de Bayeux, como: Quadrilha Junina Umbuzeiro, Quadrilha Junina Rio do Meio, Quadrilha Junina São Bento, Quadrilha Junina Riacho Verde, Quadrilha Junina Nova, Quadrilha Junina Olho D’água, Quadrilha Junina Olodum e Quadrilha Junina Tradição, dentre outras.

No ano de 2003 a Festa Junina ganhou mais brilho, expulsou o preconceito, esqueceu a discriminação e enalteceu a cultura ao aplaudir a recém-formada Quadrilha Junina Agora É Que São Elas, formada apenas por homens, organizada por Rilson Luis de Melo Pessoa (Mirella Melo), levando ao público beleza, harmonia e originalidade com organização e muita seriedade.

Em 2006 a Associação também assumiu um lado social, trazendo como associada a Quadrilha Junina Sinhá Moça, formada em sua maioria por pessoas da terceira idade, arrecadando para ela incentivo financeiro da Prefeitura Municipal de Bayeux, e assim, eles também possam lutar pela manutenção dos folguedos juninos em nosso município.

Não é só a paixão dos marcadores pelas quadrilhas juninas que enaltece o nosso folclore, os integrantes que passam meses inteiros de incansáveis ensaios, com dores no corpo e sorriso nos lábios; os figurantes que enriquecem os atos de teatro e ballet; os voluntários que cooperam na preparação de adereços, cenários, pinturas, transportes, etc; as costureiras com suas agulhas mágicas que tentam adivinhar o sonho dos marcadores através dos trajes e os componentes dos conjuntos pé-de-serra são peças fundamentais para o colorido especial desse mundo mágico, onde o importante é participar e elevar o folclore da terra.


Você Sabia ???


Barreiras, era assim que se chamava a cidade de Bayeux, você sabe o que significa BAYEUX?

O nome dado a cidade em homenagem a cidade Francesa: Bayeux foi a primeira cidade tomada pelos nazistas a segunda guerra mundial, e em 20 de Junho de 1944 a então cidade de Barreiras passou a se chamar Bayeux.

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